A Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) divulgou a nova edição do relatório “Global Claims Review 2015: Interrupção dos Negócios em Foco”, em dezembro do ano passado, destacando o aumento crescente de sinistros e riscos para os negócios ao redor do mundo. Em seu novo relatório, a resseguradora identifica que 90% dos prejuízos financeiros ocasionados por sinistros são gerados por dez principais causas, sendo incêndio e explosão as principais, responsáveis por quase 60% desse total. O relatório também mostra que fatores humanos e técnicos dominam as causas de sinistros, ultrapassando o impacto dos riscos naturais. Além disso, o documento revela que as interrupções nos negócios por ataques cibernéticos, greves e pandemias seguem em franco crescimento. negócios, totalizando mais de €3 bilhões em 68 países, no período de 2010 a 2014. De acordo com o estudo, todos os continentes sofrem de alguma forma com sinistros que causam interrupção nos negócios. Os principais deles são: incêndio e explosão, afetando a indústria de petróleo e gás ao redor do mundo; alagamentos, que causaram grandes sinistros na Ásia; e tempestades, que foi a principal causa de sinistros na região do Caribe e América Central entre 2010 a 2014. A Revista Apólice repercutiu o assunto com o diretor de Riscos Patrimoniais das companhias, Wilson Saliba, que reforçou a tendência global desses sinistros, já que a diminuição das catástrofes naturais, que costumavam ser a principal causa de interrupção dos negócios, fez com que os outros tipos de sinistros citados diminuíssem consideravelmente. “Porém, isso não tem relação direta com o tipo de negócio de cada empresa, ou seja, se a companhia é mais ou menos exposta a um risco. Isso se deve principalmente em virtude de uma gestão de risco inadequada”, destacou o executivo. Da mesma forma, isso não quer dizer que apenas os riscos mal protegidos pegam fogo ou explodem. Há também situações de fatos inesperados em riscos com uma boa proteção. Tendências de interrupção para determinadas indústrias A média de prejuízos são mais elevadas em termos de valor para os sinistros vindos dos setores de energia (€ 3,96 milhões de euros) e property (€ 2,21 milhões de euros), seguidos de engenharia (€ 0,9 milhões de euros) e entretenimento (€ 0,3 milhões de euros). O custo de grandes sinistros no mercado de energia vem aumentando, com a interrupção dos negócios sendo responsável por uma proporção maior dos totais de perda. Isso é resultado do aumento de instalações de energia onshore e crescentes interdependências entre empresas, resultando em sinistros regionais de cobertura se uma unidade sofre interrupção. No setor de entretenimento, uma doença ou um acidente envolvendo um membro do elenco são a causa mais comum de prejuízo. Uma lesão de uma grande estrela pode atrasar a produção, provocando um sinistro de vários milhões de dólares. A perda de elenco é responsável por 60% dos sinistros recebidos no setor e quase três quartos de sinistros em valor. O aumento de efeitos visuais caros na produção de filmes que, muitas vezes exigem contratos com especialistas terceirizados, também podem causar pagamentos de prêmios mais caros através dos atrasos de produção. Cada incidente analisado envolvendo incêndio e explosão custou em média € 1,7 milhões em perdas nos negócios. No Brasil, as perdas das seguradoras com lucros cessantes em 2015 foram de 36% em relação aos prêmios emitidos. Os prêmios emitidos foram de cerca de R$ 91 milhões e os gastos com sinistros ultrapassaram R$ 36 milhões.* Além das perdas financeiras, é sabido o impacto dos danos que podem ser causados à reputação que é mais difícil de mensurar e não depende de uma fórmula. O mercado não costuma levar em consideração se houve falha humana ou não. Independente da culpa a marca do sinistro para clientes pode levar anos para ser superada. “Tudo depende do momento do mercado. Quando está mais “soft”, onde as condições são mais flexíveis, as exigências das empresas acabam sendo menores do que em um mercado “hard”, com muitas exigências em relação a riscos mais expostos em decorrência de falta de protecionais, sejam eles de elemento humano ou de elemento técnico”, esclarece Saliba. “O relatório vem alertar que a interrupção de negócios é um importante condutor por trás do aumento de perdas em property. No futuro, as causas de interrupção de negócios de danos não-físicos podem tornar-se mais relevantes também”, alerta. Perigos, tais como ataques cibernéticos, violência política, greves, pandemias e quedas de energia podem potencialmente causar grandes perdas para as empresas, sem danos à propriedade. Fonte: Revista Apólice |
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
A CAUSA DOS SINISTROS
INCÊNDIOS PREOCUPA EMPRESÁRIOS DO BRASIL
Do total de três mil pequenas e médias empresas entrevistadas na Pesquisa Global Zurich PMEs, em 15 países, 8,5% se preocupam com incêndio. O índice entre as brasileiras (200 entrevistadas) alcança 23%, ou seja, três vezes mais. Também é o dobro do registrado no segundo da lista, Espanha, com 11% de registro. Além disto, a Pesquisa Global Zurich PMEs identifica que o Incêndio é o tipo de sinistro mais temido pelas pequenas e médias empresas brasileiras. A Zurich, seguradora que atua em mais de 170 países e é referência global em Engenharia de Riscos (Risk Engineering), lista pontos de atenção que podem minimizar as causas. Carlos Cortés, especialista da Zurich em Gerenciamento de Riscos, exemplifica que não basta atender os requerimentos mínimos de proteção contra incêndio, pois eles visam unicamente a proteção da integridade física das pessoas, mas não tanto do patrimônio. Por outro lado, é relevante que as empresas recebam consultoria referente a como reforçar a cultura de prevenção de riscos de incêndio e façam esforços para implementar ações de melhoria. Enfim, não há melhor resposta a um incêndio que aquele que não acontece. “Para empresas, um incêndio tem outro agravante. É importante lembrar que um seguro pode oferecer cobertura para cobrir perdas em Patrimônio e o que o empresário deixou de ganhar no período de interrupção (cobertura para Lucros Cessantes). Mas nenhum seguro indeniza o dano à imagem da empresa e o mercado que se tenha perdido”, destaca Carlos Cortés, o Head of Risk Engineering da Zurich Brasil. |
· DICAS
- PREVENÇÃO
-Reforçar as políticas de controle de fumo.
-Reforçar as permissões de trabalhos de corte e solda, além da análise preliminar de riscos.
-Incluir nos programas de manutenção elétrica a análise de gases dissolvidos para transformadores a óleo e rotinas de termografia infravermelha.
-Implementar programa para a melhoria do housekeeping.
-Reforçar os programas de treinamento em segurança e prevenção de incêndios ao pessoal.
-Atualizar as avaliações dos riscos inerentes às operações.
CONTROLE
-Fornecer sistemas automáticos de detecção de incêndio, além das botoeiras manuais.
-Revisar que as reservas técnicas de incêndio sejam adequadas para o tipo de risco considerando a proteção do patrimônio.
-Fortalecer os planos de resposta a emergência.
-Avaliar a viabilidade de instalar sistemas automáticos de proteção contra incêndio.
-As empresas devem aproveitar as oportunidades de projetos de expansão e de melhoria dos locais para reforçar os sistemas protecionais.
Para mais informações, consulte o site da Risk Engineering: http://www.zurichriskengineering.com.br/
Em tempo: Entre os 15 países pesquisados, a Espanha ocupa o segundo lugar, com a metade da preocupação do Brasil: 11%. Em terceiro lugar vem o México, com 10%. O país menos receoso é a Irlanda, com 3% de apontamentos.
Fonte: Danilo – Agência b9b
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